A bordadeira tece e borda histórias, poeiras, veredas e sertões...
Dona Zica, quitandeira, benzedeira, de pano de prato nos ombros e ervas na cumbuca, passa café pro povo todo ouvir as "prosa" e cantigas que vêm chegando lá de longe...
Vêm chegando lá de longe: na voz e no violão de um mestre contador, velho jagunço, vaqueiro de prosas, pescador de poesia... Vem pelo cheiro e pelo gosto do café para o povo visitar... Vem Mestre Zuza.
Tem o "Causo do Sanguranguran", de Dona Aristélia, aqui mesmo de São Bernardo; tem o Cálix Bento, cantiga das festas de Reis, tem poesia, café fresco e cantoria...
Tem também o povo todo cantando e contando suas prosas e histórias com "as gente" do sertão.
Pra se fazer um tratado sobre passarinho, é preciso por primeiro que haja um rio...
Com árvores e plameiras nas margens.
Pra se fazer uma boa prosa é preciso haja "as gente" e "as vontade" das gente ser pedra, rio e passarinho.
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